domingo, 7 de dezembro de 2014

MACUMBA DE MÃE PRETA - Antonio Cabral Filho - Rj

-o grito e.munch-
*
MACUMBA DE MÃE PRETA

Mãe Preta era ama de leite,
e amamentou os filhos de Ioiô
até eles pegarem tope

e enquanto Mãe Preta amamentava
os fio de Ioiô, ela cantava
as canções de ninar

que seus avós lhe ensinaram
e que tinham o poder de abrandar
a alma dos ouvintes.

Aí, quando os fio de Ioiô
deram de namorar as irmãs de leite,
"Seu Ioiô" ficou muito zangado

e foi raiar com os ioiozinhos,
dizendo que não eram gente,
que eram tudo feiticeiras,

que não passavam de animais
e nem alma tinham, mas quase morre de susto
com os ioiozinhos defendo preto,

dizendo que iam tornar a fazenda
no maior quilombo do mundo,
com pretos e brancos vivendo juntos,

cada um do seu suor.
Aí "Seu Ioiô" teve um soluço
e morreu num piripaco...
***

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

INFERNO SEGUNDO HADES # Antonio Cabral Filho - RJ

-hadescontos.blogspot.com.br-
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INFERNO SEGUNDO HADES

Derivar na rota dos passos
até tropeçar no ponto final

pra chamar o trajeto de caminhada
e encerrar o roteiro de suas dúvidas

com a esdrúxula certeza de seguir
desnorteado em mapas imaginários

até encontrar um teólogo no meio do nada
pregando geo-teogonias para detentos

- todos deficientes mentais -
neste hospício chamado Terra Prometida...

... quem duvida jás
agonizando em seu próprio Letes

feito de brasas ferinas
para a churrasqueira de Hades.

***

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

CAVERNA DOS ARES * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

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CAVERNA DOS ARES

Há homens cavernosos,
que cavam alamedas no tempo
e são eternos.

Há homens que fuçam
nos ermos dos alagados
mesmo sem haver lama
e se exibem enlameados.

Há homens embrenhados na vida
tentando conciliar seus contrários,
empunhando as espadas de Brecht
e fazem da busca pelas conquistas
a razão de suas vidas e mortes.

São todos escravos de causas
que nem missionários abraçam...
Eles constroem seus iglus
no váquo etéreo dos ares.
***

sábado, 27 de setembro de 2014

ACORDO DE PAZ # ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

-ro-aguiar-
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ACORDO DE PAZ

Casalzinho na cozinha
discutindo asperamente
"que eu te isso, qué?!
eu te aquilo; vem, vem!"

Aí um casal de caga-sebo,
passarinho vagabundo
que nem se encontra na feira,
pousou na janela
e ficou catando piolho
um no outro
ao som de pequenos pios,
quase sussurros,
arrumando as peninhas 
um do outro, 
numa cena tão cheia de paz
e com a maior fartura de amor
tão grande que o casalzinho
parou a briga selada aos beijos.
*

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

FARRA DAS LETRAS * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

*
FARRA DAS LETRAS

Os depravados do verbo
estão devorando palavras
em farta verborragia
regada a copos cheios
de suco das gramáticas
com sua espuma púrpura
transbordando pelo chão.

Estão rasgando os peitos
e arrancando palavras rubras
que são servidas ao vivo
aos antropófagos das letras
em bruta orgia verbal.

Da janela do meu quarto
vejo um coração pulando
qual flamenguista em FLAFLU,
eufórico de emoção,

espargindo sangue nos convivas
louco pra ser degustado
qual Colombina atirando confete
no meio da multidão
só para atrair Pierrot
e, pela aflição como pula,
é um coração de poeta
pronto a jorrar a sintaxe.
*

terça-feira, 16 de setembro de 2014

SEGUNDA MORTE DE LÊNIN * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

-chicomiranda-
*
SEGUNDA MORTE DE LÊNIN

Felicito John Reed
por seu livro-reporagem
10 Dias que Abalaram o Mundo,
pois captou o calor da luta
na hora H da revolução
com o povo tomando de assalto
os palácios de inverno,
as fortalezas de pedro,
as fábricas de ivanov,
fora os fuzilamentos
na escadaria de Odessa,
onde os marujos do Potemkim
passaram fogo no ancien regimen.

E isso tudo me leva a Marx,
pois no prefácio do 18 Brumário
ele diz que a história
só se repete duas vezes:
a primeira como tragédia
e a segunda como farsa,
e apesar dos bolcheviques
terem suado aos borbotões
na caça à burguesia,
o gauche Augusto dos Anjos
aponta a mão que afaga
como a mesma que apedreja,

e assim, a revolução
revelou seus melhores filhos
e os matou num catiripapo
sob o Muro de Berlim.
*

sábado, 13 de setembro de 2014

VERDADES POÉTICAS # ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

ANTOLOGIA MIL POEMAS PARA
GONÇALVES DIAS - PARTE 1
http://issuu.com/leovaz/docs/mil_poemas1a_-_parte_1
*
VERDADES POÉTICAS

Minha terra tem poetas
que burlam passarinheiros
com seus contos do vigário
e canjas de rouxinóis
tiradas da caixa preta
sem pena nem dó maior.

Minha terra tem poetas
que ludibriam turistas
com o canto da passarada
e concertos de sabiás
lá na torre das palmeiras
só pra irritar os finórios
à sombra dos laranjais.

e são poetas bem caros,
que criam pássaros raros
como sabiás patriotas,
colibris beijoqueiros,
papagaios de piratas
e cambachirras domésticas,

todos com destrezas tais
de pôr o IBAMA pra trás,
com a verdade poética
a desfraldar a bandeira
do nobre Gonçalves Dias.

Minha terra tem poetas
que perambulam na terra
sem saber aonde erram
e cismam a sós na esquina
tentando encontrar o rumo
sem perguntar a ninguém
aonde vai a tangente.

Minha terra tem poetas
que vivem contando estrelas,
compondo os hinos da pátria
e colhendo espinhos no bosque
de suas vidas estéreis.

Minha terra tem poetas
que são bucólicos de berço
e ostentam estilos de época
bichados de "mal du siecle!"
brandindo liras postiças
depois que Gonçalves Dias
partiu sem dizer adeus...
*

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ESCRITA DOS PÉS * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

Escrita DOS PES

 Não danço a valsa das ondas
nem ouço seu xuá-xuá
hermetopasqualino
reverberando na praia.

Não Quero Morrer No Mar
das Canções de Caymmi
caçando Sandálias de pescador
 Para enfeitar MEUS versos
com  tragédias de Heminguay.

ASSIM Como Neruda e Drummond,
eu Caminho na Areia
Escrevendo Pegadas.
*

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

POETRIX - PALESTINA JUNTANDO LIVROS # ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

POETRIX  Nº 009 / SONETOS DI VERSOS

VER A MENINA JUNTANDO LIVROS
ENTRE ESCOMBROS DA GUERRA
FAZ-ME CRER QUE NÃO ESTAMOS SÓS...
(1ª versão)
*
2ª versão
A menina juntando livros,
entre escombros da guerra
diz que não estamos sós...


*

quinta-feira, 24 de julho de 2014

FETICHEIRO # ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

DIÁRIO DO ESCRITOR - 
LIVRO AGENDA 2014
LITTERIS EDITORA - RJ 2014
*
FETICHEIRO

NÃO DAVA PARA CRER,
MAS A VERDADE SE IMPÕE
CONTRA TODAS AS NOSSAS FORÇAS:

ERA UMA JAMANTA DE HOMEM,
CAPAZ DE ENFRENTAR O HULK,
MAS VIRAVA UMA BONECA,
CHORAVA E GRITAVA "SOCORRO!"
ANTE UMA SIMPLES BARATA.
*

segunda-feira, 21 de julho de 2014

ARTE POÉTICA # ANTONIO CABRAL FILHO RJ


ARTE POÉTICA
***
**
*

Era um domingo tépido,
sem apetrechos nem delongas,
mas o sol, ah, o sol,
o sol se fez presente
e todos abriram janelas.

Antonio Cabral Filho - Rj
&

segunda-feira, 14 de julho de 2014

AOS PÉS DA MANGUEIRA * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

ANTONIO CABRAL FILHO
***

Agarrado ao tronco,
sacudi a mangueira,
olhei ao redor e nada.

Todos olhavam pra mim,
eu também olhava todos,
só não sabia por que.

Continuei agarrado ao tronco,
sacudindo a mangueira,
sempre olhando ao meu redor.

A cada sacudida que eu dava,
olhava lá pra cima e via
a copa da mangueira, impávida.

Ao redor, todos olhavam pra mim,
eu também seguia olhando todos,
mas como eu não sabia por que,

continuava agarrado ao tronco,
tentando sacudir a mangueira,
examinando a sua copa,
mas ela nem ligava pra mim...
*
     *
            *

segunda-feira, 7 de julho de 2014

TALHARIM ERÓTICO * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ


TALHARIM ERÓTICO
*
Nos lábios dele,
aos olhos dela,
o talharim se retorcendo,

e a pergunta embargada
em seus lábios,
...se ele tocasse

sua pele com os lábios,
ela se contorceria
tanto assim...

e arrepiou-se toda
só de pensar
em prazer...
*

terça-feira, 24 de junho de 2014

REVOLIXÃO CURTURAR # Antonio Cabral Filho - Rj

REVOLIXÃO CURTURAR
*

Revolixão curturar
todo mundo faz a sua,
é como aquela palavrinha
que a professora pediu ao Juquinha
com apenas duas letrinhas: cu
e quando fiz a minha
não registrei patente
nem direito autoral,
e, sequer almejo royaltes;

não joguei no lixo nada,
nada quebrei nem rasguei,
sequer poemas enfadonhos,
nada queimei na fogueira
das minhas veleidades,
cheias de valores bem pueris;

nenhum livro de Marx, 
Lênin, Gorki, Brecht
ou Maiakovski,
nenhum disco dos Beatles
ou de Elvis Presley
e nem deixei de ouvir As Valquírias
com todo o virtuosismo de Beethoven ,
nenhum quadro de Van Gogh 
foi parar no porão
nem rasguei os pôsteres
de Brigite Bardeaux,
Mao Tsetung, Tchê Guevara,
Jimmy Hendrix, Janis Joplin,;

não fui fazer análise,
só para ser reicheano,
não abdiquei da carne vermelha,
parceira ideológica
de tantos recrutamentos,
e minha coleção de revistas eróticas
não parou de crescer,
desde o Carlos Zéfiro;

sequer dividi os amigos
entre direita e esquerda
nem promovi limpeza etnica
em gueto nenhum
do meu peito apaixonado,
como nunca deixei
a mulher amada
ver navios em cais deserto
só para sentir-me
o homem do futuro...

Também não troquei
a velha calça jeans
do dia anterior
pela farda verde-oliva
do algures dia-seguinte:
É que a minha
revolução cultural
foi de molécula em molécula,
progrediu sem traumas
e tornou-se, tranquilamente,
revolução permanente.
*

terça-feira, 17 de junho de 2014

ODE A NUPORANGA * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

Ode a Nuporanga 
 Antonio Cabral Filho - Rio de Janeiro - Rj


Não cobiço Maracangalha;
tirar onda de Caymmi...

Não me refugio em Pasárgada,
à sombra de Manuel Bandeira.

Não quero nada emprestado,
nem vivo de faz-de-conta.

Meu Pindorama é Nuporanga,
onde não há nada postiço.

Não preciso ser bonito nem feio,
para fruir de beleza tamanha.

Lá, as Yaras dançam para mim,
ao som de maracás e tantans,

nosso cauim é puro
e maturado ao sereno,

todos cantam seus cantos de festas
a quem festeja belezas e cantos

e vivemos ébrios de deidades
pois todos somos divindades.
*

sábado, 7 de junho de 2014

PODERES MÍSTICOS DA CALCINHA # Antonio Cabral filho - Rj

MOMENTO LITERO CULTUAL - SELMO VASCONCELLOS  - RO
ANTONIO CABRAL FILHO
*
PODERES MÍSTICOS DA CALCINHA

São coisas do território das lendas,
estórias dos tempos das altas bruxarias,
mandingas recheadas de mistérios
feitas para durarem além da cronologia,
fatos comprovados de loucuras transcendentais,

tudo bem sedimentado
no alicerce das paixões
possuindo por todo sempre
como pedra fundamental
a peça mais delicada
do vestuário feminino,

expressão da maior sensualidade,
cofre de segredos inenarráveis
e senhora de tontos encantamentos.

É d'onde vem os feitiços
que nos mantem cativos,
como o café da manhã
passado na calcinha
para o homem em jejum
ou a mesma estendida no varal
para o homem passar em baixo
ou ainda o nome dele 
costurado nessa peça
e usada pela pretendente
durante sete dias e noites
seguidas de sete orações
ao Padroeiro Santo Antonio.

Mas isso é para prender
e dizem que para expulsá-lo
é só urinar no seu rastro
que ele jamais lembrar-se-á
da sua antiga pastora.

E, segundo o Manual
do Perfeito Bruxo do Amor,
se a dama pretendente
quiser o homem para sempre,
é só fazê-lo dormir 
com sua calcinha uma noite
vestida sobre a cabeça,
e como dica de apoio
sugere calcinha branca
para um amor calmo e seguro,
bem no ritmo do remanso;
vermelha para amor fogoso
tipo tempestade de verão,
preta para amor cego
como o sol de meio dia,
que brilha despreocupado,
e em se tratando  de mistérios,
é bom ser comedido
senão a sintaxe explode
e vira paroxismo.
*

quarta-feira, 28 de maio de 2014

AUTO RETRATO AOS 6O ANOS # ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

*
-Antonio Cabral Filho-

Nasceu em Jampruca, uma carvoaria,
em Frei Inocêncio, Minas Gerais, 
no dia 13 de agosto de 1953.
Altura 1, 65
calça 40
colarinho M,
já fumou, bebeu,
bateu cabeça por aí,
até dar de cara com o sol,
mas deixou disso.
Gosta de viver em paz, 
consigo e com os outros
e torce pra não pintar rebu,
porém...
Gosta de ouvir rádio,
detesta telefone, campainha,
barulho no portão,
odeia gente que fala alto,
usa óculos só pra ler
e está ficando calvo.
Só come pra matar a fome
e não recusa jiló como aperitivo.
Adora frutas e doces
e vigia suas compulsões.
Gosta de música, de todo tipo, 
mas a mpb domina,
lê de tudo, até jornal do metrô,
e inventa matérias sobre eles
em forma de crônicas.
Já escreveu um monte de livros,
mas editou só três, em papel,
e em e_book 35.
Desconfia dos ateus, 
pois já viu um deles
mudar de calçada
devido a um gato preto.
Nunca se filiou a nada,
nem pretende.
Vive de pé-atrás
com quem declara ódio à burguesia
e amor às crianças...
Escritores que mais cultiva:
Graciliano Ramos, Emile Zola,
Maiakovski, Brecht, Benjamin,
Ferreira Gullar, Gonçalves Dias,
e seus contemporâneos.
Tem atração por alguns
palavrões, como buceta, cu,
boquete, 69, frango-assado etc,
beija lentamente, sem respirar...
Não tem preconceitos profissionais,
desde o cabo da enxada
até à mesa de produtor gráfico,
se vira mais que o Faustão.
Quer distância de quem deseja
a morte dos outros,
pois acaba indo na frente,
furando a fila dos defuntos.
É tido por pessimista, 
mas só ele sabe o que já viu.
Não troca de guarda-roupa,
pois não coleciona o conteúdo.
Reescreve exaustivamente 
seus contos e poemas,
a ponto de desconhecê-los depois
e já fez turismo na cadeia
por subversão...
Faltou comida no quartel!
Também já foi avesso
a modernices tecnológicas,
mas descobriu o leptop
aos sessenta anos de idade
e não se arrepende.
Seus melhores amigos
são os inimigos, pois sabe
o que eles pensam de fato.
Não tem dívidas
e se fosse matar quem lhe deve,
resolveria boa parte
do problema habitacional.
Não é perfeito, 
nem  é burro bastante
pra deixar de aprender,
mas espera fazer vingança
quando morrer, matando 
de chorar os amigos
e de rir, os inimigos, 
até o ano que vem.
***

quinta-feira, 22 de maio de 2014

NAS TRILHAS COM HO CHI MINH # ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

Ho Chi Minh
ou
melhor
Nguyen Tat Thanh,
nasceu em 19 de maio de 1890 e faleceu de ataque cardíaco em 3 de setembro de 1969, mas seu país, o VIETNAM, derrotou política e militarmente, três das maiores potências capitalistas mundiais: o Japão, a França e, gloriosamente, os EUA.
*
NAS TRILHAS COM HO CHI MINH

Somos todos Ho ChiMinhs,
seguros em nossas trilhas
com a certeza da vitória
rumo à revolução.

Caminhamos sobre minas
por terrenos escarpados
sentindo em nossas nucas
o hálito fecal dos joes.

Cruzamos pântanos rubros
do sangue de nossos irmãos
e vemos corpos cinzentos
boiando sobe o Mekong.

Nossa ração mínima
de água e arroz vermelho
quase parece um fardo
para as nossas condições.

Nossas únicas notícias
sobre a sanha inimiga
é a catinga de pólvora
que aspiramos do vento.

Colunas de Ho Chi Minhs,
comandos de Ho Chi Minhs,
meninos chamados Giaps
tiram o sono dos joes.

Não dormiremos em paz
enquanto houver um yank
maculando nosso chão
com sua fome de miséria.

E se faltar munição,
matá-los-emos todos
com flechinhas de bambu
infectadas de merda.

Vietnam é liberdade,
é paz nos arrozais,
sorriso de nossos filhos
e o canto de nossas mulheres.

Somos todos Ho Chi Minhs
seguros em nossas trilhas
com a certeza da vitória
rumo à revolução.
***