terça-feira, 17 de junho de 2014

ODE A NUPORANGA * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

Ode a Nuporanga 
 Antonio Cabral Filho - Rio de Janeiro - Rj


Não cobiço Maracangalha;
tirar onda de Caymmi...

Não me refugio em Pasárgada,
à sombra de Manuel Bandeira.

Não quero nada emprestado,
nem vivo de faz-de-conta.

Meu Pindorama é Nuporanga,
onde não há nada postiço.

Não preciso ser bonito nem feio,
para fruir de beleza tamanha.

Lá, as Yaras dançam para mim,
ao som de maracás e tantans,

nosso cauim é puro
e maturado ao sereno,

todos cantam seus cantos de festas
a quem festeja belezas e cantos

e vivemos ébrios de deidades
pois todos somos divindades.
*

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Sei que sou assim: Desde o princípio até ao fim, só restos de mim.