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FARRA DAS LETRAS
Os depravados do verbo
estão devorando palavras
em farta verborragia
regada a copos cheios
de suco das gramáticas
com sua espuma púrpura
transbordando pelo chão.
Estão rasgando os peitos
e arrancando palavras rubras
que são servidas ao vivo
aos antropófagos das letras
em bruta orgia verbal.
Da janela do meu quarto
vejo um coração pulando
qual flamenguista em FLAFLU,
eufórico de emoção,
espargindo sangue nos convivas
louco pra ser degustado
qual Colombina atirando confete
no meio da multidão
só para atrair Pierrot
e, pela aflição como pula,
é um coração de poeta
pronto a jorrar a sintaxe.
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Sei que sou assim: Desde o princípio até ao fim, só restos de mim.