Discurso Dos Ventos
Cruzo as ruas
E seus hermeneutas
Desfilando discursos
Enfileirados
Seguindo a ordem unida
Das disciplinas disformes –
Ovos de serpentes extintas
Noto cobranças herméticas
Em prosas prolixas estéreis
Nos raios cortantes das pedras
Um vento frio repõe a poeira
Erguida pelos coturnos
De antigas marchas cinéticas
Tudo se move
Por entre os cubos de gelo
Da velha taça sempre inerte
E quando eu puder
Também farei discursos herméticos
Para os ouvidos moucos
Mas por ora
Ouçam o que dizem os ventos
***
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Sei que sou assim: Desde o princípio até ao fim, só restos de mim.