terça-feira, 4 de março de 2014

PARAÍSO QUINTANA # ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

-quintanaparasempre-
*
Dizem os abduzidos
que ao chegar ao paraíso,
tão bestunta quanto sempre,
Mário Quintana estacou,
pregou na nuvenzinha
que lhe servia de tapete,
e ficou abestalhado
com tanta beleza,
tanta alegria, tanta paz,
que até esqueceu de sair do lugar,
sem dar um passo sequer
e que um anjo louro,
louro louro muito louro,
aterrissou ao seu lado
pegando-o pela mão
e saíram voando, voando,
de início a meia altura
para logo em seguida,
seguros de voos mais altos,
estenderem suas asas
e ganharem outros ventos...

Coisas de abduzidos...
e dizem que Mário Quintana
pensou em perguntar ao anjo
que parque era aquele,
lá embaixo, bem ao centro
de todo aquele paraíso,
mas como o anjo fosse leitor de pensamentos,
foi logo explicando
que era o Parque Mário Quintana,
onde crianças e poetas
se exercitam nos versos
bem ao olhos das musas
e que as suas lhe aguardavam ansiosas
para ouvirem os versos seus.

E ao notar insegurança
nos olhos tímidos do poeta
em perguntar por Bruna Lombardi,
o anjo se adiantou informando
que ela enviara todas suas semelhantes 
enquanto se desvencilhava de seus encantos terrenos.

Segundo os abduzidos,
Quintana vive cercado
de musas e discípulos
exercitando seus encantos
lá nos palcos do paraíso,
bem alheios à realidade.
Mas
quem
diz
são os
abduzidos!
*

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Sei que sou assim: Desde o princípio até ao fim, só restos de mim.