-paigoogle-
GRAVATA DE QUINTANA
Quintana empaca meu verso
mas eu puxo-lhe a gravata
e ele ri seu risinho besta
cheio de desdém
pelas coisas deste mundo,
mas sem largar
a desgraça do cigarro.
Intimo-o a não rir de mim
mas sem dar-me nenhuma atenção
mantem-se concentrado em seu vinho
sem descuidar com o olhar
atento para surpresas
que eu possa aprontar-lhe
até que desata a rir mais ainda
e desfaz-se o nosso entrevero
como se defraudasse
a bandeira colorida
dos seus sonhos infantis.
Mas novamente puxo-lhe a gravata
e não mais encontro Quintana,
só o vaquo da mesa vazia,
o salão da adega em silêncio
e o jornal à minha frente
com a notícia repentina...
Quintana decola
do aeroporto moinho de ventos
rumo ao seu mundo de estrelas
onde pretende esquecer de tudo
e passar o resto da eternidade
puxando perna de grilo
e beijando Brunas Lombardis.
***
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Sei que sou assim: Desde o princípio até ao fim, só restos de mim.