Não faça de sua pena uma arma
que a vítima pode ser você,
deveria ser o lema
para críticos literários,
mas não é o que acontece.
Num desses jornalões
com cadernos culturais,
um renomado crítico
faz de seu emprego um fuzil
e mata tudo
que distoa de seu gosto.
A dureza de suas críticas
já levou ao suicídio
muitos jovens escritores
e o monturo de obras
em torno de sua mesa
eleva a tal ponto seu asco
que vez por outra ele faz
com elas uma fogueira.
Mas chegou-lhe dia desses
um livro de poemas
que narra o suicídio
de um jovem também
injustiçado por um crítico
comparando sua sorte
às vítimas da Inquisição.
E quando o crítico deu-se conta
de que na Inquisição,
além de livros
também queimavam-se críticos,
pôs na cadeira o paletó
e nunca mais deu notícias.
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Sei que sou assim: Desde o princípio até ao fim, só restos de mim.