LIVROS GENERAIS
Meu verso é um drone
da fúria
Filho do reino dos
sonhos,
Rasgando o espaço
sideral
Contra quaisquer
injustiças,
Pra lançar o seu
petardo
Lá onde houver
opressor.
II
Desde a voz do
criador
E as atenções da
platéia,
Meu verso vai
resoluto
Encher as almas de
luz
Com que todas vão à
luta
Tirar sonhos da
utopia.
III
E uma vez incorporado
Ao exército dos
versos,
Ocupa o posto
avançado
Lá na página dos
livros,
Dando um combate sem
tréguas
Aonde houver
opressão.
IV
Recebe as ordens mais
nobres
Do mais nobre
comandante,
O general chamado
LIVRO,
Glória de Gutemberg,
desespero dos tiranos,
Mas livre até nas
fogueiras.
V
Venceu a Inquisição
E toda e qualquer
censura,
Circula de mão em mão
E até
clandestinamente,
Cruza quaisquer
continentes
Levando libertação.
VI
É o maior dos
guerrilheiros,
Inconteste
combatente,
Lidera tropas e
homens,
O livro vai adiante,
Sustém bandeiras e
guerras
Para extinguir a
opressão.
VII
Minha letra junta
verve
Com a verve de muitas
letras,
E vão formando
palavras,
Entrando em versos
solertes
E das estrofes que
surgem
Nascem livros
generais.
VIII
E livros fazem
Sandinos,
Ho Chi Minhs, Fidéis
e Chês,
Farabundos, Martís,
Bolívares,
Tupac Amaros,
Marulandas,
Sepé Tiararus,
Lamarcas, Marighellas,
Todos generais de
homens livres.
(08/10/2020)
Antonio Cabral Filho/RJ