Notícia de Jornal
Muitos buscam
notícias
Perguntando a
terceiros,
Bisbilhotando um e
outro,
Seguindo a velha arte
das candinhas.
Outros ficam
contritos
Ante o telejornal,
E há os que acordam
cedo
E ficam,
literalmente,
Ao pé do rádio,
Ouvindo ticos e tacos,
Depois saem dando
furos pelos cotovelos,
Crentes que ouviram
primeiro.
Mas eu não, não sou assim,
Não tenho hora nem
modus operandi
Em relação à notícia,
Pois sou leitor de
jornal,
Convicto leitor de
jornal,
Desde jornal de
partido
Até ao pasquim mais
marron.
De metrópole ou de
província,
É a notícia de canto
de página
Encontrada no folheio
casual
Sem pretensão nenhuma
Que me acalma os
sentidos.
Quem notaria esta
chamada
TATU MORTO NA RIO –
BAHIA?
Pensei na
monstruosidade do crime,
Na Sociedade Protetora
dos Animais,
Nos defensores de
espécies em extinção
E conclui que não
fazem-se mais
Ecologistas como
antigamente.
Ao lado tinha um
realese
Do Último Tango em
Paris,
Fechado com a
pergunta
Qual a marca da
margarina
Usada pelo mocinho
Pra “sodomar” a mocinha.
Lia-se no resumo da
matéria
“foi encontrado morto
Às margens da Rio –
Bahia
Altura do km 112
40 anos presumíveis
O corpo de um homem
Cuja alcunha era...”
Meus Deus,
O tatu atropelado na
Rio – Bahia
Não era o bicho,
Era um homem, Senhor!